18 de mar. de 2011

Especial - ed 317

Bom Jardim na mira da justiça

Acusado de diversas práticas desonestas, o prefeito Cleudes Bernardes, Baré, virou réu em dois processos no Ministério Público e pode perder o mandato. Ele é investigado em outros seis inquéritos instaurados pela promotora de Justiça Vânia Marçal

Baré, Excelência em Corrupção!


Fraudes em licitações, fraude na contratação de empresa de limpeza urbana, negociatas com empreiteiras, recebimento indevido de diárias, pagamentos duplicados de notas de empenho e nepotismo são algumas das graves denúncias que pesam contra o prefeito de Bom Jardim de Goiás, Cleudes Bernardes da Costa, Baré (PSDB).

O ex-cabeleireiro Baré afundou a cidade no mar de lama da corrupção, mas o castigo veio a galope. Ele virou cliente vip do Ministério Público, onde é investigado em seis inquéritos civis públicos e denunciado como réu em duas ações por improbidade administrativa.

Nos dois processos por improbidade, já protocolados no Judiciário, a promotora Vânia Marçal, da Comarca de Justiça de Aragarças, requer a cassação do mandato do tucano Baré a suspensão dos seus direitos políticos, dentre outras punições.

Escandalosamente, apesar da quantidade de denúncias de maracutaias contra Baré, ele assumiu em março do ano passado a presidência da Associação dos Municípios do Médio Araguaia – AMMA. A posse teve direito até as presenças do democrata Demóstenes Torres e do tucano Marconi Perillo.

O coronel da roubalheira só não contava com a disposição da brava, e independente, promotora de Justiça Vânia Marçal. Imbuída no firme propósito de por fim a corrupção em Bom Jardim, ela já declarou que tal missão só é possível com o afastamento definitivo de Baré da prefeitura.

Baré está em maus lenções. Basta relembrar que a promotora Vânia Marçal desarticulou e prendeu um grupo de extermínio que havia na Polícia Militar de Aragarças e conseguiu a prisão temporária do ex-prefeito José Elias no mandato passado.

Quadrilha na prefeitura


Aparecem como réus ao lado de Baré nas duas ações civis públicas propostas por Vânia Marçal – uma por falcatrua com empresa de limpeza e outra por recebimento indevido de diárias –, o vice-prefeito e secretário de Obras, Edson Alves da Silveira, a secretária de Finanças, Maria Auxiliadora Magalhães Silva, a empresa José Humberto Pereira-ME e o seu proprietário, José Humberto Pereira.

A promotora Vânia Marçal começou a faxina política em Bom Jardim depois que recebeu um vasto dossiê das corrupções praticadas por Baré e o grupo que, sob o comando dele, subjugou o município a toda modalidade de falcatruas. As denúncias foram feitas ao MPE pelo ex-controlador interno da prefeitura, Uillan Gomes de Santana Lopes de Sousa.

Foi Uillan quem delatou todas as artimanhas que Baré praticou para desviar dinheiro público. Na ação, a promotora pede o afastamento dos envolvidos dos cargos públicos. Embasada na provas conseguidas com as investigações, Vânia Marçal afirma que Baré transformou a prefeitura em lavanderia do dinheiro público.

O Ministério Público quer todos os réus, incluindo Baré, fora dos cargos. Também ingressou com pedido de liminar para bloquear os bens dos envolvidos e requer ainda a devolução das verbas desviadas dos cofres do município.

O lixo usado para desviar


Até com o lixo de Bom Jardim, Baré faz maracutaia. Vânia Marçal comprovou que ele pagou duas vezes a empresa de limpeza urbana José Humberto Perreira – ME pelo mesmo serviço. Só com essa fraude, a prefeitura amargou prejuízo de R$ 309 mil reais. Haja fôlego para tanta corrupção.

O MPE descobriu ainda que a empreiteira não possui sequer um escritório em Bom Jardim. No endereço repassado a promotora Vânia, existe apenas a casa do “dono” do empreendimento que, diga-se de passagem, é pedreiro!

Afora o caso do lixo transformado em mais uma forma de desviar dinheiro da prefeitura, a promotora Vânia investiga denúncias de nepotismo, pagamento indevido de 13º salário e retenção do dinheiro que deveria ter sido ser repassado para o Fundo Municipal de Saúde.

Na Ação, a promotora pede que seja decretado o fim da negociata com a empresa de limpeza urbana e a devolução aos cofres públicos do dinheiro pago a ela indevidamente. Outra forma que Baré encontrou para se locupletar com o dinheiro do povo é empregando parentes e apaniguados políticos na prefeitura.

Nepotismo


A Tesoureira da prefeitura é cunhada de Baré; o presidente do Instituto de Previdência Própria é casado com a irmã de Baré, a prefeitura compra em panificadora da cunhada de Baré e compra no supermercado do cunhado de Baré.

Se o Judiciário acatar as Ações do Ministério Público e condenar Baré, ele nunca mais volta a vida pública. Não se elege mais nem a síndico de prédio velho.

Um das dificuldades da promotora em concluir todos os inquéritos é que, segundo ela, Baré e o grupo dele estão tentando criar, esconder e modificar provas. Contudo, superar obstáculos é uma das características mais marcantes de Vânia Marçal. Ela não cedeu nem quando bandidos atearam fogo no Fórum, na tentativa de faze-la parar com a sua missão de defender os interesses da coletividade. Com Baré não será diferente

TO de verdade 317

Máfia do petróleo
Enquanto em Goiás, os combustíveis disparam por conta da inércia do governo em relação ao cartel e pior, aumento do ICMS, no Tocantins os preços caíram.


Acordo
Existindo boa fé entre as partes, o entendimento as vezes é o melhor caminho. Aconteceu dia 17, com uma visita da equipe governista a um grande  proprietário - Dito do Posto.

Dito elogiou a iniciativa de Siqueira e baixou os preços, hoje inferiores aos praticados em Goiás.

Cartel
Obviamente Siqueira não resolveu o problema do cartel. Isso depende da vontade do Ministério Público que mais atento agora, quem sabe queira ver o cartel e agir, ou uma ação popular provando o alinhamento e entrando na justiça comum contra a vigarice.


PSD, tô fora!
Numa encruzilhada política, Kátia Abreu ensaiou cargo na majoritária do DEM e não teve êxito. Em seguida, tentou pular para o PSD de Kassab, mas desistiu após ver que a legenda nasce semi morta.

Uma raposa siqueirista comentou o seguinte: enquanto a senadora Kátia pagar mensalão a jornais e revista de SP ela pode ser notícia. Aqui porém, sua reeleição tá mais difícil do que encontrar um pé de pequi nos arredores de Aliança pós Kátia.

A fritura teria começado na escolha do primeiro escalão do governo. Com exigências descabidas, Kátia não prevaleceu e foi obrigada a se contentar com o recebido.


Paraíso
O sexagenário Tião Tavares(PR) anda maculando muito a verdade. Na semana anterior ao carnaval, Tião blefou dizendo que ia providenciar nova sede para o Conselho Tutelar.

Segundo vereadores, "conselheiras estão tendo que mendigar petróleo e transporte, e agora falta o local de trabalho, uma vez que o prédio está em fase de desabamento, colocando em risco a vida de todos que trabalham e utilizam aquele espaço".

Caso Tião continue assim, pode abandonar o projeto de se reeleger.


João Oliveira no TCE
A aposentadoria gorda do vice governador no TCE pode encerrar gloriosamente sua carreira política. Prefeitode P. Kennedy, dep. estadual, federal e vice. O que mais JO quer na vida?

Nos cálculos dele, o governo do estado. O perigo é fazer com o Tocantins o mesmo que ele e a mulher ainda fazem com o município de Presidente Kennedy.

Miserável por falta de gerente que transforme os 600 mil reais mensais em benefícios ao povo.

João Oliveira sonhou ser governador, inclusive comentou com vários prefeitos. De que jeito? Só eliminando o titular, denunciou Poderes. Adiou o projeto, enquanto Siqueira requisitou mais proteção pessoal.

Após transformar P. Kennedy em senzala, João oliveira, hoje perdido numa sala do palácio,  deveria estar em outro local, porém enquanto as leis continuarem frouxas, o TCE para ele é o céu.

Quem se doer com a ida de João Oliveira para o Tribunal de Contas do Estado mostra conivência com os seus planos diabólicos de virar governador, na marra.


Talismã
O SEMINÁRIO DE DEFESA CIVIL que acontece na cidade deve cobrar da prefeita alegre prestação de contas dos milhões pegos até agora, nos 27 meses de farra financeira e mixaria de obra.

Poder 317

Mentira de quem?
O sec. da Fazenda confirmou em 13 de março que o déficit estadual goiano é de R$ 70 milhões mensais. Engraçado e sem graça, o déficit não era uma ficção de Cidim?


Mais isenção
Um funcionário do depto. comercial da OJC disse o seguinte: "o jornal tem aumentado a tiragem. Enquanto outros diários bajulam governantes, leitores compram O Popular para conhecer fatos.


Dem
Confirmando o que anunciamos em fevereiro, os DEMos elegeram ACM neto líder na Câmara e o Sen. Zé Agripino(RN) Presidente, substituindo Rodrigo Maia(RJ). Caiado é vice;

A idéia inicial dos peessedebê é uma chapa com o neto de Tancredo a presidência(Aécio) e Zé Agripino, vice. Por enquanto tem dado certo. Terão de convencer Zé Serra.


Berlusconi
A revelação da promotoria de que o Primeiro ministro da Itália se relacionou com 33 meninas foi devastadora entre os prefeitos de Goiás e Tocantins. Ficaram babando.

Um alcaide comentou que aos70 anos, Berlusconi deveria publicar o segredo de tamanho vigor físico e traduzir o livro para o português.


Meirelles
A nomeação de Henrique Meirelles(PMDB) no cargo de Autoridade Pública Olímpica(esvaziada financeiramente) fortalece a equipe de Dilma.

Ele provou competência no governo anterior e após a sua saída a inflação aumentou e continua ascendente, o que põe em risco a eficácia da política monetária da Presidenta.


"Maguito está encolhendo"
A frase é de um vereador de Jataí, impressionado com a postura de Maguito a frente da prefeitura de Aparecida de Goiânia. A presença de um promotor isento tem revelado um político tendencioso ao malfeito.


ETs
A operação da PF que prendeu 19 PMs goianos e os levou para Campo Grande causou estranheza nos militares goianos, mas quem lê artigos deles constata que vivem em outro mundo.

A unanimidade de suas delongas é sobre a "desmoralização e a desconfiança na polícia". Alguém com faculdades mentais regulares pagaria salários a uma corporação para matar gente?

Ou deixaria preso no quartel marginais matadores, com regalias maiores do que se estivessem de férias?

Ao invés de perdidos em labirintos surreais, todos devem acordar que os tempos mudam e os direitos populares aumentam, queiram ou não, promovidos pela Lei do progresso, muito acima de políticos equivocados.

Quem sacaneou a PM, criando verdadeiras cobras na corporação ainda não foi citado, publicamente.


Contramão de tudo
Vanderlan Cardoso, o ex prefeito mais caro da história de Goiás, (cobrou R$600 milhões para embelezar o centro de Sen. Canedo), está comercializando a SMS - Companhia de água e esgoto municipal.

Vendendo para sí próprio, em nome de laranjas, cara a cara com os dóceis promotores públicos que batem ponto no forum da cidade, mesmo morando em Goiânia.

Enquanto o sonho de todo prefeito é privatizar a água, escapando da mafiosa Saneago, Vanderlan, que deixou a prefeitura levando 600 milhões no saco ainda exige para sí próprio o maior patrimônio de 100 mil pessoas.

Durante os 53 meses em que maquiou a região central do Canedo, Vanderlan não investiu um centavo na SMS, mesmo tendo recebido milhões da Caixa Federal com essa finalidade.

Mesmo no período chuvoso, em Senador Canedo dois terços das casas não tem água, Vanderlan não construiu um metro de esgoto sanitário e quer expropriar a SMS.

Conseguindo pespagar mais esse crime contra os canedenses, todos devem preparar o bolso, pois os aumentos da água serão inevitáveis.

Anápolis
Jornal porta voz do governo estadual trata como adversário quem diverge do pensamento da República do Cerrado. Vítima evidente tem sido um dos prefeitos mais atuantes de Goiás, Antônio Gomide(PT).

Novo Ernani de Paula?
Uma das maiores revelações da política de Goiás, Gomide tem de abrir o olho com os "modernos" invejosos e vingativos que veem nele uma ameaça ao coronelismo cangaceiro vivido no estado.

Para criar um factóide e tentar caçar o mandato dele, é daqui para alí.



Veja on line 17/03/2011 - 18:46

Entrevista

Arruda diz que ajudou líderes do DEM a captar dinheiro

Segundo o ex-governador, dinheiro da quadrilha que atuava em Brasília alimentou campanhas de ex-colegas como José Agripino Maia e Demóstenes Torres

José Roberto Arruda: "Joguei o jogo da política brasileira" (Agência Brasil)

José Roberto Arruda foi expulso do DEM, perdeu o mandato de governador e passou dois meses encarcerado na sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, depois de realizada a Operação Caixa de Pandora, que descobriu uma esquema de arrecadação e distribuição de propina na capital do país. Filmado recebendo 50 mil reais de Durval Barbosa, o operador que gravou os vídeos de corrupção, Arruda admite que errou gravemente, mas pondera que nada fez de diferente da maioria dos políticos brasileiros: “Dancei a música que tocava no baile”.

Em entrevista a VEJA, o ex-governador parte para o contra-ataque contra ex-colegas de partido. Acusa-os de receber recursos da quadrilha que atuava no DF. E sugere que o dinheiro era ilegal. Entre os beneficiários estariam o atual presidente do DEM, José Agripino Maia (RN), e o líder da legenda no Senado, Demóstenes Torres (GO). A seguir, os principais trechos da entrevista:


O senhor é corrupto?

Infelizmente, joguei o jogo da política brasileira. As empresas e os lobistas ajudam nas campanhas para terem retorno, por meio de facilidades na obtenção de contratos com o governo ou outros negócios vantajosos. Ninguém se elege pela força de suas ideias, mas pelo tamanho do bolso. É preciso de muito dinheiro para aparecer bem no programa de TV. E as campanhas se reduziram a isso.

O senhor ajudou políticos do seu ex-partido, o DEM?

Assim que veio a público o meu caso, as mesmas pessoas que me bajulavam e recebiam a minha ajuda foram à imprensa dar declarações me enxovalhando. Não quiseram nem me ouvir. Pessoas que se beneficiaram largamente do meu mandato. Grande parte dos que receberam ajuda minha comportaram-se como vestais paridas. Foram desleais comigo.

Como o senhor ajudou o partido?

Eu era o único governador do DEM. Recebia pedidos de todos os estados. Todos os pedidos eu procurei atender. E atendi dos pequenos favores aos financiamentos de campanha. Ajudei todos.

O que senhor quer dizer com “pequenos favores”?

Nomear afilhados políticos, conseguir avião para viagens, pagar programas de TV, receber empresários.

E o financiamento?

Deixo claro: todas as ajudas foram para o partido, com financiamento de campanha ou propaganda de TV. Tudo sempre feito com o aval do deputado Rodrigo Maia (então presidente do DEM).

De que modo o senhor conseguia o dinheiro?

Como governador, tinha um excelente relacionamento com os grandes empresários. Usei essa influência para ajudar meu partido, nunca em proveito próprio. Pedia ajuda a esses empresários: “Dizia: ‘Olha, você sabe que eu nunca pedi propina, mas preciso de tal favor para o partido’”. Eles sempre ajudaram. Fiz o que todas as lideranças políticas fazem. Era minha obrigação como único governador eleito do DEM.

Esse dinheiro era declarado?

Isso somente o presidente do partido pode responder. Se era oficialmente ou não, é um problema do DEM. Eu não entrava em minúcias. Não acompanhava os detalhes, não pegava em dinheiro. Encaminhava à liderança que havia feito o pedido.

Quais líderes do partido foram hipócritas no seu caso?

A maioria. Os senadores Demóstenes Torres e José Agripino Maia, por exemplo, não hesitaram em me esculhambar. Via aquilo na TV e achava engraçado: até outro dia batiam à minha porta pedindo ajuda! Em 2008, o senador Agripino veio à minha casa pedir 150 mil reais para a campanha da sua candidata à prefeitura de Natal, Micarla de Sousa (PV). Eu ajudei, e até a Micarla veio aqui me agradecer depois de eleita. O senador Demóstenes me procurou certa vez, pedindo que eu contratasse no governo uma empresa de cobrança de contas atrasadas. O deputado Ronaldo Caiado, outro que foi implacável comigo, levou-me um empresário do setor de transportes, que queria conseguir linhas em Brasília.

O senhor ajudou mais algum deputado?

O próprio Rodrigo Maia, claro. Consegui recursos para a candidata à prefeita dele e do Cesar Maia no Rio, em 2008. Também obtive doações para a candidatura de ACM Neto à prefeitura de Salvador.

Mais algum?

Foram muitos, não me lembro de cabeça. Os que eu não ajudei, o Kassab (prefeito de São Paulo, também do DEM) ajudou. É assim que funciona. Esse é o problema da lógica financeira das campanhas, que afeta todos os políticos, sejam honestos ou não.

Por exemplo?

Ajudei dois dos políticos mais decentes que conheço. No final de 2009, fui convidado para um jantar na casa do senador Marco Maciel. Estávamos eu, o ex-ministro da Fazenda Gustavo Krause e o Kassab. Krause explicou que, para fazer a pré-campanha de Marco Maciel, era preciso 150 mil reais por mês. Eu e Kassab, portanto, nos comprometemos a conseguir, cada um, 75 mil reais por mês. Alguém duvida da honestidade do Marco Maciel? Claro que não. Mas ele precisa se eleger. O senador Cristovam Buarque, do PDT, que eu conheço há décadas, um dos homens mais honestos do Brasil, saiu de sua campanha presidencial, em 2006, com dívidas enormes. Ele pediu e eu ajudei.

Então o senhor também ajudou políticos de outros partidos?

Claro. Por amizade e laços antigos, como no caso do PSDB, partido no qual fui líder do Congresso no governo FHC, e por conveniências regionais, como no caso do PT de Goiás, que me apoiava no entorno de Brasília. No caso do PSDB, a ajuda também foi nacional. Ajudei o PSDB sempre que o senador Sérgio Guerra, presidente do partido, me pediu. E também por meio de Eduardo Jorge, com quem tenho boas relações. Fazia de coração, com a melhor das intenções.

O ex-governador do DF José Roberto Arruda concedeu entrevista revelando os políticos do seu ex-partido, o DEM, e do PSDB que lhe pediram auxílios financeiros. Ele ressalta que as doações eram sempre feitas aos presidentes dos partidos, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o então senador Sergio Guerra (PSDB-PE). Arruda concedeu a entrevista em setembro do ano passado à revista Veja, por meio do repórter Diego Escosteguy, mas jamais foi publicada. Esta semana, no entanto, circulou a informação de que o repórter estrearia como o mais recente contratado da revista Época, no próximo sábado, assinando reportagem de capa baseada na entrevista. Na noite desta quinta-feira, Veja se antecipou e a divulgou em seu site. Leia alguns dos principais trechos:


Quais líderes do partido foram hipócritas no seu caso? A maioria. Os senadores Demóstenes Torres e José Agripino Maia, por exemplo, não hesitaram em me esculhambar. Via aquilo na TV e achava engraçado: até outro dia batiam à minha porta pedindo ajuda! Em 2008, o senador Agripino veio à minha casa pedir 150 mil reais para a campanha da sua candidata à prefeitura de Natal, Micarla de Sousa (PV). Eu ajudei, e até a Micarla veio aqui me agradecer depois de eleita. O senador Demóstenes me procurou certa vez, pedindo que eu contratasse no governo uma empresa de cobrança de contas atrasadas. O deputado Ronaldo Caiado, outro que foi implacável comigo, levou-me um empresário do setor de transportes, que queria conseguir linhas em Brasília.

O senhor ajudou mais algum deputado? O próprio Rodrigo Maia, claro. Consegui recursos para a candidata à prefeita dele e do Cesar Maia no Rio, em 2008. Também obtive doações para a candidatura de ACM Neto à prefeitura de Salvador. Mais algum? Foram muitos, não me lembro de cabeça. Os que eu não ajudei, o Kassab (prefeito de São Paulo, também do DEM) ajudou. É assim que funciona. Esse é o problema da lógica financeira das campanhas, que afeta todos os políticos, sejam honestos ou não.

Por exemplo? Ajudei dois dos políticos mais decentes que conheço. No final de 2009, fui convidado para um jantar na casa do senador Marco Maciel. Estávamos eu, o ex-ministro da Fazenda Gustavo Krause e o Kassab. Krause explicou que, para fazer a pré-campanha de Marco Maciel, era preciso 150 mil reais por mês. Eu e Kassab, portanto, nos comprometemos a conseguir, cada um, 75 mil reais por mês. Alguém duvida da honestidade do Marco Maciel? Claro que não. Mas ele precisa se eleger. O senador Cristovam Buarque, do PDT, que eu conheço há décadas, um dos homens mais honestos do Brasil, saiu de sua campanha presidencial, em 2006, com dívidas enormes. Ele pediu e eu ajudei.

Então o senhor também ajudou políticos de outros partidos? Claro. Por amizade e laços antigos, como no caso do PSDB, partido no qual fui líder do Congresso no governo FHC, e por conveniências regionais, como no caso do PT de Goiás, que me apoiava no entorno de Brasília. No caso do PSDB, a ajuda também foi nacional. Ajudei o PSDB sempre que o senador Sérgio Guerra, presidente do partido, me pediu. E também por meio de Eduardo Jorge, com quem tenho boas relações. Fazia de coração, com a melhor das intenções.

Todos os citados negaram a ajuda. Demóstenes ameaçou com processo.




Fim da reeleição
Dia 17 a Comissão de Reforma Política do Senado aprovou o fim da reeleição e mandato de cinco anos para presidente da República , governadores e prefeitos. Pela proposta, os candidatos que estão no cargo ainda poderão concorrer à reeleição, permitida até 2014. O presidente da República que assumir em 2015 teria um cargo de cinco anos. Também foi aprovada a manutenção do voto obrigatório.


Shakira e o trabalho social
“Agora, temos 6 mil crianças na Colômbia que a gente educa e oferece alimentação. Construímos escolas também”.

Falando em Português fluente, a cantora contou a um repórter que aos 9 anos seu pai quebrou financeiramente e ela teve oportunidade de conhecer meninos carentes e sem escola.

Daí teria prometido a sí mesmo recuperar as finanças da família e cuidar de jovens. É o que vem fazendo além de cantar e vender discos em todo o mundo.